Nasceu na cidade do Recife – Pernambuco, Nordeste do Brasil, no dia 19 de setembro de 1921. Filho de Joaquim Temítocles Freire, do Rio Grande do Norte e da senhora Edeltrudes Neves Freire, pernambucana. A repercussão da crise econômica de 1929 obrigou mudanças na vida da família de Paulo Freire, deslocando-a do Recife para o munícipio de Jaboatão onde parecia possível sobreviver. Lá, foram experimentadas duras condições de sobrevivência: a perda do pai, o agravamento das condições básicas de sobrevivência e a falta de escola que garantisse a continuidade dos estudos básicos. Assim, aos 15 anos, Paulo Freire fez seu exame de admissão ao ginásio, exigência, à época, da legislação para continuidade da escolarização no chamado curso ginasial. Em seguida, experimentou as dificuldades para prosseguir os estudos em nível secundário, uma vez que a oferta da educação era restrita e, mais que restrita, faltava às camadas populares. A situação de escassez e de ameaça à continuidade da escolarização levou a sra. Edeltrudes, a busca incessante por uma bolsa de estudos em escolas particulares do Recife, encontrando acolhida do seu pleito no antigo e distinguido Colégio Osvaldo Cruz do professor Aloísio Araújo, situado no bairro da Boa Vista em Recife. Formou-se em Direito pela Faculdade Direito do Recife, da Universidade do Recife, atualmente Universidade Federal de Pernambuco, mas não exerceu a profissão. Optou pela área da educação. Na educação, exerceu atividades docente, de pesquisa, extensão e gestão. A docência institucionalizada teve início no Colégio Osvaldo Cruz, o mesmo da sua formação, como professor de Português. No Serviço Social da Industria (SESI), foi diretor da Divisão de Educação e de Cultura e, em sequência, ocupou a Superintendência. O SESI foi instituição onde desenvolveu a reflexão e a prática pedagógica de ensino, formação e gestão. Experiência fundamental na sua trajetória, uma vez que produziu um conhecimento que se estendeu e foi ampliado no trabalho que seguiram no Movimento de Cultura Popular (MCP), no Serviço de Extensão Cultural (SEC) da Universidade do Recife, Universidade Federal de Pernambuco e na formulação da sua teoria político-pedagógica. Foi no SEC que a experiência de Angicos, no Rio Grande do Norte, foi gestada e viabilizada através de um convênio entre a Universidade e o Governo do Estado do Rio Grande do Norte. A experiência de Angicos e os resultados dos processos de alfabetização deram visibilidade nacional a Paulo Freire, valendo-lhe o convite para coordenar o Programa Nacional de Alfabetização. Fez-se conhecido e notabilizou-se a partir do exílio como expressão mundial, formulador de um pensamento pedagógico de alcance planetário, de uma práxis político-pedagógica transformadora. O livro Pedagogia do Oprimido compõe o conjunto da sua obra, o título mais lido e traduzido, sendo o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas. Recebeu 29 títulos de Doutor Honoris Causa de universidades. Neste ano de 2021, comemora-se o centenário deste Andarilho da Esperança e as atenções do mundo se voltam para o Patrono da Educação Brasileira, Patrono da Educação de Pernambuco, Patrono da Educação do Recife.