Ex-Cadeira 07 (Emérito em 2021) - Membro da APC desde 1981

Clóvis de Vasconcelos Cavalcanti

Áreas: Economia

Possui graduação em Economia pela atual Universidade Federal de Pernambuco, então Universidade do Recife (1963), especialização em Teoria Econômica pela Fundação Getúlio Vargas – RJ (1964) e mestrado em Economia pela Yale University (1965). É Pesquisador Emérito da Fundação Joaquim Nabuco, onde atuou como diretor de pesquisas de 1972 a 2003.

Atua nos seguintes temas: Meio Ambiente e Sociedade, Economia Ecológica, Desenvolvimento Sustentável. Foi presidente da International Society for Ecological Economics (ISEE) para 2018-2019 e é Presidente de Honra da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica (EcoEco) desde 2011.  Faz parte atualmente do Ecological Economics Council of Elders, que dá suporte ao Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral do Vaticano.

Patrono

Celso Monteiro Furtado

Nasceu em Pombal-CE, 26 de julho de 1920.  Foi um economista e pensador brasileiro, responsável pela arquitetura de muitas das políticas de cunho econômico implantadas no Brasil nas últimas décadas. Defensor da intervenção do Estado como instrumento para combater o subdesenvolvimento, seu pensamento está em sintonia com as ideias promovidas pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), órgão da ONU criado no final dos anos 1940 e voltado para o estudo e implementação de políticas de desenvolvimento econômico no continente.

Formou-se em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1944), doutorou-se em economia (1948) pela Universidade de Paris (Sorbonne), fez estudos de pós-doutoramento na Universidade de Cambridge, Inglaterra (1957), sendo Fellow do King`s College. Participou da Força Expedicionária Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Integrou (1948) o quadro de economistas da Fundação Getúlio Vargas. Em 1949, foi nomeado economista da CEPAL, cuja Divisão de Desenvolvimento dirigiu por vários anos. Permaneceu na CEPAL até 1957, colaborando com o famoso economista argentino Raúl Prebisch na concepção de um enfoque estruturalista da realidade socioeconômica da América Latina, visão que dominaria os trabalhos elaborados pela mesma Comissão.

Em 1958 foi nomeado diretor do BNDE (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico), sendo então convidado pelo presidente Juscelino Kubitschek para elaborar o Plano de Desenvolvimento Econômico do Nordeste, que daria origem à SUDENE, órgão pelo qual foi responsável até o golpe de Estado de 1964. Em 1962, foi o primeiro titular do recém-criado Ministério do Planejamento, quando elaborou o Plano Trienal. Em 1964, com seus direitos cassados pelo regime militar, foi para o exílio e passou a dedicar-se à pesquisa e ao ensino na Universidade de Paris-Sorbonne e em outros centros universitários nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.  Depois da redemocratização, foi embaixador do Brasil junto à CEE (1985) e Ministro da Cultura (1986-88).

Em 7 de agosto de 1997 foi eleito para a cadeira 11 da Academia Brasileira de Letras e, em 2003, torna-se membro da Academia Brasileira de Ciências. Como homem de pensamento e de ação, Celso Furtado teve o mérito de aliar pensamento econômico e história, não deixando de lado a dimensão social e humanista da ciência econômica, notoriamente conhecida pelo seu excesso de pragmatismo. Este diferencial em seu estudo faz com que Celso Furtado figure entre os maiores estudiosos do campo econômico. Faleceu no Rio de Janeiro em 20 de novembro de 2004.