Cadeira 100- Membro da APC desde 2020

Sinval Pinto Brandão Filho

Área: Saúde Pública

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Paraibano de Campina Grande, nasceu em 11/03/1959. Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal da Paraíba em 1981 e Doutorado em Biologia da Relação Patógeno-Hospedeiro pela Universidade de São Paulo em 2001, é pesquisador sênior da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), lotado no Instituto Aggeu Magalhães (IAM), Recife, Pernambuco, onde desenvolve pesquisas nas áreas de Parasitologia, Epidemiologia e Saúde Pública há mais de 35 anos, com ênfase no estudo da Eco-Epidemiologia de leishmanioses e Doenças Infeciosas. Entre suas linhas de pesquisas, atua principalmente em estudos sobre a Eco-epidemiologia da leishmaniose tegumentar e da leishmaniose visceral, Biologia de hospedeiros reservatórios e flebotomíneos, vetores de Lesihmania spp. É autor de vários artigos publicados em diversos periódicos relevantes nacionais e internacionais, capítulos de livros e orientador principal com a supervisão em mais de vinte teses de mestrado e doutorado concluídas. Organizou eventos científicos com excelente repercussão nacional e internacional, como o Workshop Nacional sobre leishmanioses (Recife, 1993), Workshop sobre Biologia Molecular e Controle de Insetos Vetores de Doenças Tropicais/Entomol (Recife, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012, 2016), dois Congressos anuais da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (Recife, 2009 e 2019) e o 5th World Congress on Leishmaniasis (Porto de Galinhas, Pernambuco, 2013). É líder do Grupo de Pesquisas Ecoepidemiologia de leishmanioses desde 1991 e bolsista de produtividade do CNPq Nível 1. É docente permanente dos programas de pós-graduação em Saúde Pública e de Biociências e Biotecnologia em Saúde do Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz, além de supervisão de vários estudantes de iniciação científica. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical no biênio 2017-2019 e representante adjunto da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciencia em Pernambuco (2011-2013). É desde maio de 2013, Diretor eleito do Instituto Aggeu Magalhães, unidade regional da Fundação Oswaldo Cruz em Pernambuco, com dois mandatos seguidos (2013-2017, 2017-2021). Também integra desde abril de 2020, o Comitê Científico do Consorcio Nordeste para o enfrentamento da pandemia de COVID-19, representando o Estado de Pernambuco. Em 2020, foi eleito membro da Academia Pernambucana de Ciências, onde o ocupa a cadeira 100.

Patrono

Oswaldo Gonçalves Cruz

Nasceu em São Luís do Paraitinga (SP), em 5 de agosto de 1872. Filho de Bento Gonçalves Cruz e Amália Bulhões Cruz, sua família se transferiu para o Rio de Janeiro em 1877. Graduou-se médico na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1892, apresentando a tese de doutoramento “A veiculação microbiana pelas águas”. Antes de concluir o curso, já publicara dois artigos sobre microbiologia na revista Brasil Médico. Seu interesse pela microbiologia levou-o a montar um pequeno laboratório no porão de sua casa. Após a graduação, trabalhou na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, onde era responsável pela montagem e a chefia do laboratório de análises clínicas. Em 1897, viajou para Paris, onde permaneceu por dois anos estudando microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur, e medicina legal no Instituto de Toxicologia. Retornando ao Brasil, reassumiu o cargo na Policlínica Geral e juntou-se à comissão de Eduardo Chapot-Prévost para estudar a mortandade de ratos que gerou o surto de peste bubônica em Santos. Logo em seguida, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, construído na Fazenda Manguinhos sob o comando do Barão de Pedro Affonso e fundado em 1900, marco inicial do que é hoje a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Na direção do Instituto, o jovem microbiologista trabalhou para ampliar suas atividades para além da fabricação de soro antipestoso, incluindo a pesquisa básica aplicada e a formação de recursos humanos. No ano seguinte, chegou ao comando da Diretoria-Geral de Saúde Pública (DGSP), o equivalente hoje ao Ministério da Saúde, onde empreendeu uma campanha sanitária de combate às principais doenças da capital federal: febre amarela, peste bubônica e varíola. Para isto, adotou métodos como o isolamento dos doentes, a notificação compulsória dos casos positivos, a captura dos vetores – mosquitos e ratos, e a desinfecção das moradias em áreas de focos. Utilizando o Instituto Soroterápico Federal como base de apoio laboratorial e científica, deflagrou campanhas de saneamento e em poucos meses a incidência de peste bubônica diminuiu com o extermínio dos ratos, cujas pulgas transmitiam a doença. Entre 1905 e 1906, empreendeu uma expedição a 30 portos marítimos e fluviais de Norte a Sul do país para estabelecer um código sanitário com regras internacionais. A luta contra as doenças ganhou reconhecimento internacional em 1907, quando recebeu a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlin, na Alemanha. Reformou ainda o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país. Em 1908 o sanitarista foi recepcionado como herói nacional e no ano seguinte deixou a Diretoria Geral de Saúde Pública, passando a se dedicar apenas ao Instituto de Manguinhos, que foi renomeado com o seu nome, Instituto Oswaldo Cruz. Lançou importantes expedições científicas que possibilitaram diversas contribuições cientificas, como a descoberta da doença de Chagas em 1909 por Carlos Chagas, e diversos outros estudos pelo país. Em 1913, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. Em 1915, por motivos de saúde, abandonou a direção do Instituto Oswaldo Cruz e se mudou para Petrópolis. Eleito prefeito daquela cidade, traçou vasto plano de urbanização, que não pode ver construído. Sofrendo de insuficiência renal, faleceu em 11 de fevereiro de 1917, com apenas 44 anos.