Cadeira 37 (Emérito em 2023) - Membro da APC desde 2003

Aurélio Molina da Costa

Áreas: Medicina

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Educador, Livre-Pensador, Profissional de Saúde, Professor Universitário, Pesquisador, Escritor, Gestor de Políticas Públicas e militante/ativista da Bioética, do Humanismo e da Inclusão Científica. Possui graduação em Medicina (UFRJ-1979), Residência Médica em Ginecologia-Obstetrícia no Hospital Universitário da UFRJ (1980-82), Mestrado em Ginecologia (Quimioterapia Antineoplásica no Câncer do Ovário) pelo Instituto de Ginecologia da UFRJ (1989), Mestrado e Doutorado (PhD) em Planejamento Familiar pela University of Leeds, Inglaterra (1990 e 1995). Exerceu os cargos de Chefe de Gabinete da Secretaria de Saúde de Pernambuco (1987), Secretário Municipal de Saúde (1988, Jaboatão, PE), Coordenador Geral de Pesquisas da Universidade de Pernambuco, do Mestrado em Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas (UPE) e do Comitê de Ética em Pesquisa da UPE. Foi membro das Câmaras Técnicas da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (FACEPE), das Comissões “Estatutária de Ética” e “Nacional Especializada em Psicossomática” (FEBRASGO), dos Conselhos Estaduais de Saúde e de Educação e das diretorias da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (Capítulo de Pernambuco). Foi também editor da revista Anais Nordestinos de Ginecologia e Obstetrícia (ANGO) e consultor da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (CAPES). É professor adjunto do Departamento Materno Infantil da Faculdade de Ciências Médicas da UPE, membro fundador da Sociedade Brasileira de Bioética (Regional Pernambuco) e da Associação Brasileira de Humanização na Área da Saúde. Docente dos programas de pós-graduação stricto sensu da UPE, além de ser membro titular das Academias Pernambucanas de Ciências (APC), de Medicina (APM), do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (TCBC) e da Câmara Técnica de Bioética do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE). Tem experiência clínica e profissional nas áreas de Ginecologia, Obstetrícia, Mastologia, Saúde Pública e Epidemiologia (com ênfase em Ética, Bioética e Humanização), C&T&I, (Promoção e Popularização da Cultura da Inovação Científica e Tecnológica), atuando na pesquisa científica principalmente em três linhas: Aspectos Éticos e Bioéticos da Saúde Reprodutiva; Epidemiologia da Sexualidade Humana; Práticas Integrativas e Complementares na Qualidade de Vida da Mulher Idosa e Climatérica. Em 2007-8 exerceu o cargo de Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura do Recife e, a seguir, foi Diretor de Inovação e Competitividade Empresarial do Porto Digital (2008-10), Secretário Executivo de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Pernambuco (2010-11) e Secretário Executivo de Desenvolvimento da Educação de Pernambuco (2011). Autor dos livros “Iniciação em Pesquisa Científica” (2003), “A Ética, a Bioética e o Humanismo na Pesquisa Científica” (2004), “Contribuição ao Conhecimento” (2006), “Somos Todos Cientistas: Aula Espetáculo” (2010), “Um Outro Mundo é Possivel” (2021) e “Sabedoria Através de Provérbios” (2021) e organizador do livro “Bioética: Vivências e Reflexões” (2003). Também é autor/coautor de outras 200 contribuições científicas (artigos e capítulos, publicados e apresentados) e de mais de 200 participações em bancas e comissões julgadoras. Coordena o projeto “Somos Todos Cientistas” que tem como objetivo a inclusão científica através da divulgação e popularização do espírito e da atitude científica. Superintendente da Secretaria de Educação de Pernambuo (2011-15) foi responsável pelo pioneiro programa “Ganhe o Mundo” de intercâmbio internacional para estudantes do ensino médio da rede pública estadual (1000/ano). Atualmente é o Coordenador do Curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da UPE e do NUPESBI (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Espiritualidade e Bioética).

Patrono

José Leite Lopes

Com vocação para o ensino de ciências, José Leite Lopes, nascido em Recife (28/10/1918), dedicou toda sua vida à criação de um ambiente científico no Brasil, sempre preocupado com o papel ético e social do cientista. Em 1935 ingressou na Escola de Engenharia de Pernambuco, no curso de Química Industrial. Entrou para o curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, em 1940, concluindo o mesmo dois anos depois.

Neste mesmo período foi professor do ensino secundário no Instituto La Fayette e trabalhou no Instituto de Biofísica, a convite do professor Carlos Chagas, tendo recebido uma Bolsa Guilherme Guinle. Em 1943 realizou trabalhos de pesquisa no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo como bolsista da Fundação Zerrenner. No ano seguinte iniciou seu Doutorado na Universidade de Princeton (USA). Lá trabalhou com Joseph M. Jauch e iniciou seu trabalho de tese sob a orientação de Wolfgang Pauli (prêmio Nobel de Física em 1945).

Em 1946 recebeu seu título de Ph.D. e foi nomeado professor de Física Teórica e Física Superior da Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro. Junto com Mário Schenberg, Lattes, e outros pesquisadores criaram, em 1949, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Ganhou uma bolsa de pesquisa da Fundação Guggenheim, nos anos de 1949-1950, e foi, a convite de Robert Oppenheimer (diretor do Projeto Manhattan), trabalhar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Lá escreveu um trabalho, junto com Richard Feynman (prêmio Nobel de Física em 1965), relativo à descrição do Deutron, pela teoria pseudo-escalar, com um tratamento adequado à singularidade da força tensorial na origem.

Um de seus mais famosos artigos, A Model of the Universal Fermi Interaction, publicado em 1958, serviu de base para vários outros estudos, e as teses nele apresentadas foram comprovadas pelos cientistas Abdus Salam, Steve Weinberg e Sheldon Glascow, que foram premiados, em 1979, com o prêmio Nobel de Física por um trabalho inspirado pelo desenvolvido por Leite Lopes. Perseguido pelo governo militar passou a viver como exilado político na França, onde foi convidado, por Maurice Lévy, a lecionar como Professor Associado da Faculdade de Ciências de Orsay, onde permaneceu até 1967.

Inspirou e influenciou a fundação do atual Departamento de Física da UFPE. Em 1969 teve seus direitos políticos cassados e foi aposentado compulsoriamente. Aceitou então, a partir de 1970, o convite da Universidade de Strasbourg, onde ficou até 1985, quando retornou, definitivamente, ao Brasil para dirigir o CBPF, até 1989.