Cadeira 37 (Efetivo) - Membro da APC desde 2023

Paulo Roberto Maciel Lyra

Áreas: Engenharia

Link recomendado: Currículo Lattes

Professor Titular do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisador do CNPq (PQ1-A), sendo Membro Permanente das Pós-graduações em Engenharia Mecânica e em Civil. Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (1984), mestrado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE-UFRJ/CNPq) (1988) e doutorado em Civil and Computational Engineering pela University of Wales Swansea (UWS/CNPq)(1994), com pós-doutorado como Research Assistant no Civil and Computational Engineering Departement da University of Wales Swansea (UWS/NASA-Langley)(1994-1995) e com pós-doutorado como Visiting Associate Professor no Departament of Aeronautics and Astronautics – Massachusetts Institute of Tecnology (MIT/CNPq) (2002-2003). Pesuisador do CNPq e recebeu o IACM 2020 Fellows Award. Responsável pela construção, implantação e direção do Instituto de Pesquisas em Petróleo e Gás (i-Litpeg-UFPE)(com 12 laboratórios e 13.300 m2 de instalações) (2008-2022). Atualmente, Coordenador do Conselho Científico do i-Litpeg-UFPE, Fundador (1997) e Membro do Conselho da Associação Brasileira de Métodos Computacionais em Engenharia (ABMEC), assim como Membro representante do Brasil junto ao Conselho Geral da International Association for Computational Mechanics (IACM) (2004-), Membro Titular do Comitê Gestor do PRH48.1-ANP, líder do grupo de pesquisa PADMEC (Processamento de Alto Desempenho na Mecânica Computacional) e Coordenador do Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV-LITPEG). Membro do Advisory Board da International Journals International Journal for Numerical Methods in Fluids (IJNMF) e do Editorial Board da Revista Internacional de Métodos Numéricos para Cálculo y Diseño en Ingeniería (RIMNI), e foi Editor-in-Chief da International Journal of Modeling and Simulation for the Petroleum Industry (2011-2018). É coautor de mais de 350 artigos completos publicados em periódicos e congressos, com revisores. Tem experiência nas Engenharias Civil e Mecânica, com ênfase em Princípios Variacionais e Métodos Numéricos, atuando principalmente nos seguintes temas: dinâmica dos fluidos computacional e computação de alto desempenho, envolvendo dentre outros: formulações alternativas (FEM, FVM, Métodos Espectrais, multiescala/multiníveis/multifísica, etc.), adaptação de malhas, problemas acoplados, biotransferência de calor, simulação de reservatórios, integridade estrutural, otimização e problema inverso

Patrono

José Leite Lopes

Com vocação para o ensino de ciências, José Leite Lopes, nascido em Recife (28/10/1918), dedicou toda sua vida à criação de um ambiente científico no Brasil, sempre preocupado com o papel ético e social do cientista. Em 1935 ingressou na Escola de Engenharia de Pernambuco, no curso de Química Industrial. Entrou para o curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, em 1940, concluindo o mesmo dois anos depois.

Neste mesmo período foi professor do ensino secundário no Instituto La Fayette e trabalhou no Instituto de Biofísica, a convite do professor Carlos Chagas, tendo recebido uma Bolsa Guilherme Guinle. Em 1943 realizou trabalhos de pesquisa no Departamento de Física da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Paulo como bolsista da Fundação Zerrenner. No ano seguinte iniciou seu Doutorado na Universidade de Princeton (USA). Lá trabalhou com Joseph M. Jauch e iniciou seu trabalho de tese sob a orientação de Wolfgang Pauli (prêmio Nobel de Física em 1945).

Em 1946 recebeu seu título de Ph.D. e foi nomeado professor de Física Teórica e Física Superior da Faculdade Nacional de Filosofia do Rio de Janeiro. Junto com Mário Schenberg, Lattes, e outros pesquisadores criaram, em 1949, o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF). Ganhou uma bolsa de pesquisa da Fundação Guggenheim, nos anos de 1949-1950, e foi, a convite de Robert Oppenheimer (diretor do Projeto Manhattan), trabalhar no Instituto de Estudos Avançados de Princeton. Lá escreveu um trabalho, junto com Richard Feynman (prêmio Nobel de Física em 1965), relativo à descrição do Deutron, pela teoria pseudo-escalar, com um tratamento adequado à singularidade da força tensorial na origem.

Um de seus mais famosos artigos, A Model of the Universal Fermi Interaction, publicado em 1958, serviu de base para vários outros estudos, e as teses nele apresentadas foram comprovadas pelos cientistas Abdus Salam, Steve Weinberg e Sheldon Glascow, que foram premiados, em 1979, com o prêmio Nobel de Física por um trabalho inspirado pelo desenvolvido por Leite Lopes. Perseguido pelo governo militar passou a viver como exilado político na França, onde foi convidado, por Maurice Lévy, a lecionar como Professor Associado da Faculdade de Ciências de Orsay, onde permaneceu até 1967.

Inspirou e influenciou a fundação do atual Departamento de Física da UFPE. Em 1969 teve seus direitos políticos cassados e foi aposentado compulsoriamente. Aceitou então, a partir de 1970, o convite da Universidade de Strasbourg, onde ficou até 1985, quando retornou, definitivamente, ao Brasil para dirigir o CBPF, até 1989.