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Ana Lúcia Figueiredo Porto

Áreas: Química

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Filha de Everaldo Santos Porto e de Nadir Figueiredo Porto, Ana Lúcia Figueiredo Porto nasceu na cidade de Ipojuca em 20 de dezembro de 1957. Cursou o ensino fundamental e o ensino médio em escolas públicas da cidade do Recife e em 1976 iniciou sua vida acadêmica ao entrar para o curso de graduação em licenciatura em química da Universidade Federal Rural de Pernambuco, a qual foi a aluna laureada.

Após a sua formação, ingressou no ensino lecionando 8 anos em escolas públicas da Região Metropolitana do Recife e em algumas faculdades particulares. Em 1988, ingressou no mestrado no programa de pós-graduação em Bioquímica e Fisiologia da Universidade Federal de Pernambuco onde pôde aprofundar suas pesquisas no Laboratório de Imunopatologia Keizo Azami (LIKA), logo após concluir sua dissertação, ingressou no Doutorado em Engenharia Química na Universidade de Campinas (Unicamp) tendo a oportunidade de realizar o doutorado sanduíche na Universidade Técnica de Lisboa. 

Desde a sua conclusão do doutorado, ela já realizou 4 pós-doutorados em universidades nacionais e internacionais de alto prestígio (USP, UNIGE, UNICAMP, UMINHO).  Em 2009 inaugurou o Laboratório de Tecnologia de Bioativos (LABTECBIO) na UFRPE a qual é a coordenadora desde então e vem estabelecido colaborações com diferentes instituições no Brasil e fora do país, além de participar de forma consistente das atividades de pesquisa do setor de Biotecnologia do LIKA.

Orientou e co-orientou mais de 86 teses, 72 dissertações, 31 monografias de conclusão de curso, 36 iniciações científicas, além de supervisionar mais de 20 bolsistas de pós-doutorado. Desde 1991, quando ingressou como docente na Universidade Federal Rural de Pernambuco, lecionou e leciona diversas disciplinas seja na graduação ou na pós-graduação, tendo a oportunidade de ensinar grande parte do conhecimento que adquiriu com processos biotecnológicos industriais e ambientais, fermentações e sistemas de duas fases aquosas (SDFA), purificação e aplicação de biomoléculas de interesse médico, farmacológico e ambiental.

Ao longo de sua carreira científica participou e coordenou mais de 50 projetos de pesquisas e 14 projetos de extensão que foram e estão sendo financiados por órgãos públicos nacionais como a FACEPE, FAPESP, CAPES e CNPq, desta forma gerando uma intensa produção científica que atualmente pode ser assim resumida: 250 artigos publicados em revistas nacionais e internacionais indexadas, um livro publicado, 37 capítulos de livros internacionais ou Enciclopédias, 107 trabalhos completos publicados em eventos científicos, mais de 200 resumos publicados em anais de congressos, sendo contemplada com mais de 15 prêmios científicos, além de possui 35 depósitos e registros de patentes.

É membro e revisora de diversos periódicos nacionais e internacionais de alto impacto e revisora de agências de fomento: FAPESB, CAPES, FAPEMA, FUNCAP, FAPEAM, FACEPE, FAPEMIG e CNPq. Ao longo do seu exercício profissional esteve envolvida com atividades administrativas, onde foi coordenadora e vice-coordenadora de programas de pós-graduação na UFRPE e também foi coordenadora do programa de pós-graduação em Biologia Aplicada à Saúde (LIKA) na UFPE, entre 2018 e 2020.

Patrono

Oswaldo Gonçalves de Lima

Filho de Vicente Gonçalves Ourém de Lima e Júlia Baptista de Lima, nascido no dia 7 de novembro de 1908, em Recife, Pernambuco. Concluiu o curso primário quando tinha apenas 10 anos, ingressando em 1919 no Colégio Arquidiocesano, onde concluiu o curso ginasial e finalizou seu 2º grau em 1925 realizando o equivalente ao curso colegial no Colégio Nóbrega do Recife.

É nessa fase de sua formação que recebeu a forte influência acadêmica do Prof. Pe. Leo Meyer, atuando como seu monitor na elaboração das aulas-práticas, despertando para a beleza da formação dos cristais, por sua variada morfologia, o que definitivamente, levou-o a decisão de estudar química. Após ter concluído sua formação básica iniciou no curso de química industrial na Escola de Engenharia 128 Ciências Biológicas e Saúde de Pernambuco.

No entanto, transfere-se para o curso de química para o Rio de Janeiro, onde se diploma em 1928. Em 1930 inicia sua carreira profissional como químico na Usina Professor Portela, localizada em Minas Gerais e em 1932, na Usina Água Branca. Em 1934, Oswaldo Lima ingressa na carreira docente como Professor da Escola de Engenharia de Pernambuco, regente titular das disciplinas de microbiologia industrial, técnicas das fermentações e química analítica quantitativa, a partir de 1934, além das atividades de docência, inicia seus primeiros trabalhos de pesquisa dedicando -se ao problema de destinação das caldas (vinhaças) de destilarias como fertilizante, prática hoje disseminada nos plantios de cana, com isso conseguiu isolar a partir de amostras de seiva de agave fermentada (pulque) e mais tarde a partir do caldo de cana fermentado a bactéria Zymomonas mobilis (CP-4) que colocou o estado de Pernambuco no centro do pioneirismo da biotecnologia moderna. Seus artigos científicos publicados,  levaram à industrialização de produtos pelo Laboratório Farmacêutico de Pernambuco (LAFEPE), como o Imunoparvum, e os antibióticos antitumorais, Bioact-D e o Lapachol e para doenças parasitária como: amebíase e giardíase, dando origem ao remédio Menta Crispa, produzido e comercializado atualmente, pelo laboratório privado Hebron. Seu pioneirismo se evidencia em 1952, quando fundou o Instituto de Antibióticos da então Universidade do Recife, fruto da sua persistência, obstinação e dedicação.

Transformado no atual Departamento de Antibióticos: Instituto Oswaldo Lima, do Centro de Ciências Biológicas da UFPE, constitui-se numa importante unidade de pesquisa da UFPE, reconhecidamente, desenvolvendo atividades de pesquisa e formação de pesquisadores, nas áreas de fronteira da genética de microrganismos, fármacos de origem microbianas, farmacologia e cancerologia experimental. O notável cientista pernambucano faleceu no Recife, em 21 de setembro de 1989, de complicações decorrentes do Mal de Parkinson.