Ex-Cadeira 46 (Emérito em 2020)

Pedro Paulo

Áreas: Agronomia

Nascido no Recife em 01/06/1931. Engenheiro Agrônomo e Paisagista. Poeta e compositor musical. Professor aposentado da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Especialista em Solos e Sociologia. Titular de Planejamento Técnico de Ajardinamento da PLANTA (1971-1991) e Pedro Paulo Paisagismo LTDA. Membro da União Brasileira de Escritores. Compositor musical com 43 músicas registradas na Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro.

Patrono

Roberto Burle Marx

Nasceu em São Paulo em 4 de agosto de 1909. Foi um artista plástico brasileiro, renomado internacionalmente ao exercer a profissão de arquiteto paisagista. Seu primeiro projeto de jardim público foi a Praça de Casa Forte, localizada no Recife (1934) cidade natal de sua mãe. É uma das seis praças de autoria do paisagista na capital pernambucana que foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Era o quarto filho da recifense Cecília Burle, membro da tradicional família pernambucana de ascendência francesa Burle Dubeux, e de Wilhelm Marx, judeu alemão nascido em Estugarda e criado em Tréveris. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1913. Aos 19 anos, Burle Marx teve um problema nos olhos e a família se mudou para Alemanha em busca de tratamento. Permaneceram na Alemanha de 1928 a 1929, onde Burle Marx entrou em contato com as vanguardas artísticas. Lá conheceu um Jardim Botânico com uma estufa mantendo vegetação brasileira, pela qual ficou fascinado. As diversas exposições que visitou e, dentre as mais importantes, a de Pablo Picasso, Henri Matisse, Paul Klee e Vincent van Gogh, lhe causaram grande impressão, levando-o à decisão de estudar pintura. Durante a estada na Alemanha, Burle Marx estudou pintura no ateliê de Degner Klemn. De volta ao Rio de Janeiro, em 1930, Lúcio Costa, que era seu amigo e vizinho do Leme, o incentivou a ingressar na Escola Nacional de Belas Artes, atual Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Conviveu na universidade com aqueles que se tornariam reconhecidos na arquitetura moderna brasileira: Oscar Niemeyer, Hélio Uchôa e Milton Roberto, entre outros. Em 1934, assumiu o cargo de Diretor de Parques e Jardins do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco. Nesse cargo, fez uso intenso da vegetação nativa nacional e começou a ganhar renome, sendo convidado a projetar os jardins do Edifício Gustavo Capanema (então Ministério da Educação e da Saúde). Em 1935, ao projetar a Praça Euclides da Cunha (a Praça do Internacional, conhecida também como Cactário Madalena) ornamentada com plantas da Caatinga e do sertão nordestino, buscou livrar os jardins do “cunho europeu”, semeando a alma brasileira e divulgando o “senso de brasilidade”. Em 1937, criou o primeiro Parque Ecológico do Recife. O terraço-jardim que projetou para o Edifício Gustavo Capanema é considerado um marco de ruptura no paisagismo brasileiro. Definido por vegetação nativa e formas sinuosas, o jardim (com espaços contemplativos e de estar) possuía uma configuração inédita no país e no mundo. A partir daí, Burle Marx passou a trabalhar com uma linguagem bastante orgânica e evolutiva, identificando-a muito com vanguardas artísticas como a arte abstrata, o concretismo, o construtivismo, entre outras. As plantas baixas de seus projetos lembram em muitas vezes telas abstratas, nas quais os espaços criados privilegiam a formação de recantos e caminhos através dos elementos de vegetação nativa. Faleceu no Rio de Janeiro em 04 de junho de 1994.