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Ulysses Paulino de Albuquerque

Áreas: Botânica

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Nasceu em Recife, Pernambuco, no Hospital Barão de Lucena em 28 de julho de 1971. Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco em 1993. No ano seguinte a sua graduação, ingressou no mestrado em Biologia Vegetal da UFPE e, logo em seguida a sua conclusão, no ano de 1997, passou a atuar como Professor Substituto do Departamento de Botânica da UFPE até o ano de 1999. Nesse mesmo ano ingressou no doutorado em Biologia Vegetal, na mesma instituição, lá ficando por dois anos quando concluiu o curso em 2001, com um estágio sanduiche na Universidade Autônoma do México sob a supervisão do Dr. Javier Caballero, um dos grandes nomes da etnobotânica latino-americana. Uma das curiosidades de sua formação na área de Biologia Vegetal é que esta era uma disciplina que menos o agradou durante toda a sua graduação. De modo geral, na sua percepção, a Biologia parecia se distanciar cada vez mais do ser humano – como mais uma espécie no ambiente – e que poderia ser estudada para além das abordagens anatômicas e fisiológicas. Conseguiu se reconciliar com a Biologia vegetal quando foi apresentado pela Dra. Laíse de Holanda Cavalcanti Andrade à disciplina de Etnobotânica, ciência que se ocupa do estudo das interações dinâmicas entre pessoas e plantas. A partir disto, foi inevitável a construção de um perfil profissional interdisciplinar de tal sorte que hoje, além do contínuo e renovado interesse sobre a ecologia dos seres humanos e a forma como interagem com o ambiente, procura entender a evolução de alguns aspectos da cognição humana, como a memória e o aprendizado. Ingressou no magistério superior em abril de 2002, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, tendo atuado lá em pesquisa, ensino e extensão até o ano de 2017. Na UFRPE, idealizou e foi um dos fundadores do primeiro doutorado em Etnobiologia e Conservação da Natureza na América Latina. Em abril de 2017, realizou o grande anseio profissional de atuar na instituição que o formou, sua Alma Mater, a Universidade Federal de Pernambuco. Com a redistribuição para a UFPE, renovou e atualizou suas linhas de pesquisa, fundando o Laboratório de Ecologia e Evolução de Sistemas Socioecológicos. Em 2019, tornou-se professor titular em sua Alma Mater. Ele se define como um grande interessado pela natureza humana, escritor, palestrante e autor de dezenas de livros e artigos científicos sobre os diferentes temas de seu interesse acadêmico. Enveredou pela literatura, por forte influência de seu pai o Prof. João Paulino de Albuquerque Filho e de sua mãe a Profa. Maria José Paulino de Albuquerque, tendo publicado dois livros. Um de seus primeiros contos, Na Sombra do Jucá, recebeu o seguinte comentário no editorial da revista Cadernos Populares, publicado pela Fundarpe em 1995: “Ulysses Albuquerque percorre as ricas trilhas regionais que já revelaram escritores do porte de Guimarães Rosa, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos. Na sua história na falta aquela melancolia e clareza que se encontra na escrita desses/doutros autores”. Ainda como professor da UFRPE foi premiado nos anos de 2006 (prêmio Referência Rural), 2013 e 2015 (Prêmio de Pesquisa Profa. Maria Menezes), pelo seu destaque e contribuição acadêmica. Em 2019, em uma pesquisa publicada por cientistas da Universidade de Stanford, integrou a lista dos 100 mil pesquisadores mais influentes do mundo.

Patrono

Ulysses Pernambucano de Mello Sobrinho

Ulysses Pernambucano nasceu em Recife, no dia 6 de janeiro de 1892, filho de José Antonio Gonçalves de Mello, formado em Direito, e de Maria da Conceição de Mello. Foi alfabetizado pelo seu pai e continuou os estudos no Ginásio Aires Gama. Ainda jovem, decidiu-se pela carreira médica. Na época, não havia faculdade de medicina no Recife e foi estudar no Rio de Janeiro. Especializou-se em psiquiatria. Foi orientado academicamente pelo Prof. Juliano Moreira, considerado fundador da psiquiatria brasileira. Em 1912, graduou-se em Medicina, pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Entre os anos de 1913 e 1917, de volta a Pernambuco. Em janeiro de 1918, foi formalmente criada, no Recife, a cadeira de Psicologia e Pedagogia na Escola Normal Oficial do Estado de Pernambuco, sendo então aberto concurso para esta cátedra. Ulysses concorreu com a apresentação da dissertação “Classificação das crianças anormais. A parada do desenvolvimento intelectual e suas formas: a instabilidade e a astenia mental”. Foi classificado em primeiro lugar, mas, por motivos políticos, o então Governador de Pernambuco Manoel Antonio Pereira Borba nomeou o segundo colocado. Em agosto do mesmo ano, Ulysses se inscreve para o concurso de professor catedrático de Lógica, Psicologia e História da Filosofia. Conseguiu o primeiro lugar e foi nomeado professor catedrático do Ginásio Pernambucano, onde anos mais tarde se tornaria diretor. Em 1923, Ulisses foi nomeado diretor da Escola Normal, pelo Governador Sérgio Loreto. Na direção da Escola Normal, em 1924, foi nomeado para dirigir o Hospital de Doenças Nervosas e Mentais. Entre seus feitos estavam a destruição dos calabouços e das camisas de força, a criação do Pavilhão de Observação, Laboratório de Análises, Pavilhão de Hidroterapia, entre outros. Em 1930, foi convidado, pelo Interventor Carlos de Lima Cavalcanti, para direção dos serviços de Assistência aos Psicopatas da Tamarineira. Realizou vários estudos e pesquisas, muitas das quais publicadas no “Jornal de Medicina de Pernambuco”; nos “Arquivos da Assistência a Psicopatas de Pernambuco” e na Revista “Neurobiologia”, os dois últimos criados por ele, em 1931 e 1938, respectivamente. Publicou também: em 1924, “Bases fisiopsicológicas da ambidestria”; em 1927, “As médias de estatura dos escolares em Pernambuco”; em 1935, “As doenças mentais entre os negros de Pernambuco”. Ulysses Pernambucano sempre atuou em defesa das minorias marginalizadas da sociedade, tais como: crianças com necessidades especiais, portadores de deficiência mental, negros e adeptos de religiões africanas. Ao assumir essa posição, foi, muitas vezes, mal interpretado, sendo acusado de comunista, gerando conflitos e dificuldades nas ações administrativas, em decorrência da redução das verbas para manutenção da qualidade do atendimento aos pacientes da Assistência a Psicopatas. Em 8 de novembro de 1935, pediu demissão do cargo de diretor da instituição que implantara. Em 27 de novembro de 1935, surge em alguns pontos do País a denominada Intentona Comunista. Ulysses, pessoa não grata ao regime, é denunciado pelos seus adversários como “comunista” e “subversivo”, sendo detido e preso na Casa de Detenção do Recife, por 60 dias. Em 12 de julho de 1936, fundou o Sanatório Recife, o primeiro do Estado de Pernambuco no âmbito da iniciativa privada, logo se tornou um centro psiquiátrico de reconhecido valor. Faleceu no dia 5 de dezembro de 1943, no Rio de Janeiro, deixando suas contribuições pioneiras no campo da psiquiatria brasileira como legado para o povo pernambucano. (Fonte: http://www.espacociencia.pe.gov.br/?p=10747).