- Academia Pernambucana de Ciências
- Acadêmicos
- 51-1-Ademir De Jesus Amaral
Ademir Jesus Amaral
Áreas: Radiobiologia
Com especialização em Segurança Ocupacional, Mestrado em Tecnologias Energéticas e Nucleares – Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Doutorado em Radiobiologia pela Faculté de Médecine Créteil – Henri Mondor – Université Paris XII (Paris-Val-de-Marne), é Professor do Departamento de Energia Nuclear-UFPE, membro permanente do Programa de Pós-graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares (PROTEN – CRCN)- UFPE, onde coordena o Grupo de Estudos em Radioproteção e Radioecologia (GERAR).
Ex-professor de Radiobiologia da Faculté de Médecine Xavier Bichat – Paris 7 – França, foi coordenador do Curso de Graduação em Engenharia Biomédica da UFPE e Presidente da Sociedade Brasileira de Biociências Nucleares (SBBN). Liderou projeto de pesquisa que resultou em depósito de patente de metodologia inovadora para caracterização de fragilidade cromossômica em humanos.
É consultor ad hoc do CNPq e CAPES, atuando como pesquisador nas áreas de Engenharias Biomédica e Nuclear, tendo como temas principais de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação: Radioproteção; Biodosimetria (Dosimetria Citogenética); Indicadores Celulares e Moleculares de Estresse Radioativo; Radiossensibilidade; Segurança e Saúde Ocupacional.
Patrono
José Nogueira Machado
Padre José Machado nasceu em 04 de agosto de 1914, em Caririaçu, no sítio Farias, entre Juazeiro e Crato no Ceará. Filho de José Pereira Melo e Ana Machado. Neste sítio passou a infância com mais cinco irmãos. Ao completar quinze anos, foi entregue, por sua família, aos Jesuítas para sua educação. Neste processo ordenou-se jesuíta no Rio Grande do Sul em 1946! Pe. Machado estudou filosofia em Braga, Portugal, matemática e física na Sorbonne, França, e se destacou resolvendo problemas matemáticos considerados até então insolúveis.
Quando a Academia dos Sábios de Lisboa lançou, em sua revista Brotéria, um desafio científico considerado insolúvel sobre equações diferenciais, o Pe. Machado enviou sua resposta à revista. Constando que a resposta estava correta, a revista informou o resultado, retirando aquele desafio. Na França, Pe. Machado estudou com o físico Louis de Broglie, um dos criadores da mecânica quântica. Conhecia doze idiomas: latim, hebraico, grego, francês, alemão, inglês, italiano, árabe, russo, tupi e esperanto. Tendo participado de várias missões acadêmicas em vários estados do Nordeste do Brasil, em 1953 transferiu-se para o Recife.
Em 1964, foi forçado a sair do Recife, indo viver no Ceará por vários anos. Mais tarde, em 1979, foi nomeado Provincial dos Jesuítas da Região Nordeste Setentrional. O interesse científico de Pe. Machado entendia-se à exegese bíblica, à etimologia, à história da Igreja, à história universal e à filosofia, além da física, da astronomia e da matemática. Dedicou-se com afinco à Universidade Católica de Pernambuco. Paralelamente, foi também, por muitos anos, professor na Universidade Regional de Campina Grande. Esteve também, por alguns anos, no Piauí, organizando e reforçando, a pedido da SUDENE, a Universidade Federal local, orientando seus melhores alunos para os cursos de pós-graduação em grandes universidades.
Pe. Machado atuou como professor da Escola Politécnica de Pernambuco. Sua notável atuação lhe rendeu reconhecimento e assim em 1987 recebeu o título de Professor Honoris Causa daquela instituição. Colaborou com a Universidade Federal de Pernambuco quando do início da pós-graduação em Física, tendo ensinado Eletromagnetismo na graduação do Departamento de Física, além de se envolver com pesquisas e discussões na área da física e da filosofia científica. Nos últimos anos de sua vida dedicou-se, juntamente com o Professor Pe. Paulo Meneses, a traduzir do alemão para o português a Fenomenologia do Espírito, e a Filosofia da Natureza, de Hegel.
Foi um trabalho árduo e difícil, pois como dizia o Pe. Meneses, “a maior dificuldade foi o entendimento exato do pensamento de Hegel, e em seguida foi vertê-lo para um português acessível e bonito”. Residiu durante algum tempo na casa dos jesuítas, em Beberibe, Olinda, e lá se dedicou a cultivar frutas. Era considerado um homem feliz e humilde no espírito de um ser dedicado ao Cristianismo. Faleceu em Recife, no dia 31 de outubro de 1996, e seu legado alimenta a saudade entre aqueles que tiveram o privilégio de sua convivência.