Lucia Carvalho de Pinto Melo
Área: Quimica
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Pesquisadora titular da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), atuante na área de Política, Planejamento e Gestão de Ciência, Tecnologia e Inovação, aposentada. Natural de Cajazeiras, Paraíba, ainda adolescente veio estudar no Recife. Engenheira Química (UFPE, 1973), e Mestre em Física (UFPE, 1973), na área de Física Molecular, sob orientação do Prof. Ricardo Ferreira. Na Universidade da Califórnia Santa Bárbara, reorientou seus interesses profissionais, obtendo (1980) o título de Mestrado Interdisciplinar na área de Energia e Meio Ambiente. De volta ao Brasil, ingressou no CNPq-Agência Regional Nordeste, como Analista de Desenvolvimento Científico e, em 1986-1987, cursou um programa especial de pós-graduação interdisciplinar em Política Tecnológica, junto ao Technology Policy Program do Massachusetts Institute of Technology, MIT, onde consolidou sua formação na área de Políticas e Estratégias de Ciência, Tecnologia e Inovação. Exerceu vários cargos e funções no Sistema de CT&I em nível nacional e estadual, além de manter sua posição como pesquisadora titular da Fundação Joaquim Nabuco entre 1990 e 2017, quando se aposentou. Na Fundaj, coordenou o Departamento de Estudos Avançados em áreas Tropicais (DESAT) e integrou a Coordenação de Estudos em Ciência e Tecnologia; coordenou a unidade regional da Rede Nacional de Pesquisa, RNP, em sua fase de implantação no Brasil. Em 1988, foi convidada pelo governador Miguel Arraes para ajudar na reorganização das atividades de ciência e tecnologia no âmbito do governo Pernambuco, o que resultou na criação da primeira Secretaria estadual de Ciência e Tecnologia no Brasil e da Facepe (1989). Foi chamada para integrar essa Secretaria, sendo sua titular nos anos 1990-1991. Integrou o Conselho Superior da Facepe por 8 anos, exercendo a presidência da Fundação entre 1995-1998. No período 2015-2018, ocupou mais uma vez a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco. No âmbito nacional exerceu a Secretaria Executiva Adjunta do Ministério da Ciência e Tecnologia, MCT (1999-2001), gerenciou no âmbito desse ministério a estruturação do Programa da Sociedade da Informação (2000), e exerceu a coordenação adjunta da II Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia (2001). Foi membro fundadora, Diretora (2001-2003) e Presidente do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, CGEE (2005-2011); Membro do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Tecnologia de Luz Sincrotron – ABTLuS, e Presidente da Comissão de Avaliação do Centro de Energia e Materiais – CNEPEN; Ex-Conselheira da SBPC (1993-1997), se envolveu em diversas iniciativas da Sociedade, a exemplo da Expociência, inaugurada na 45ª Reunião Anual da SBPC (Recife, 1993); Integrou, como membro titular, o Conselho de Orientação Estratégica do Institute for Advanced Sustainability Studies at Potsdam, Alemanha (2013-2015). Foi agraciada com a Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico no Grau Comendador (2002) e Grã-Cruz (2008), Medalha Almirante Tamandaré da Marinha Brasileira (2010), e Diploma de Construtores da Internet.br, categoria Nacional (2017). Publicou vários artigos, capítulos de livros, documentos e estudos em sua área de atuação.
Patrono
Sebastião Simões Filho
Sebastião Simões Filho nasceu em 1927, em Taperoá, na Paraíba. Cursou Química Industrial na então Escola Superior de Agricultura. Desse curso de Química Industrial originou-se uma nova instituição, a Escola de Química de Pernambuco, cuja criação foi apoiada pelos estudantes sob a liderança de Sebastião, enquanto presidente do Diretório Acadêmico de 1947 a 1948. Gradua-se em 1948, tendo passado um ano na Escola Nacional de Química, no Rio de Janeiro.
Como químico, Sebastião Simões seguiu uma carreira bastante diversificada, com passagens mais prolongadas em indústrias de fertilizantes, solventes, polímeros e álcool combustível, nas mais diversas fases e atividades, desde concepção, implantação, direção e participação em Conselhos. A essa experiência industrial agregará, mais tarde, uma extensa atuação em gestão e planejamento em outros segmentos. Iniciou sua carreira em Campina Grande, atuando no setor de tratamento de esgotos e, em seguida, na fábrica de ácido sulfúrico da PROFERTIL, em Pernambuco.
Em 1955, parte para São Paulo, emprega-se na PETROBRÁS e é enviado a estagiar em Toulouse, na França, a fim de preparar o que viria a ser a PETROFÉRTIL. Pouco tempo depois, tendo discordado da condução do projeto, transfere-se para a COPEBRÁS, também do ramo de fertilizantes. Retorna ao Nordeste em 1961, convidado por Antônio Baltar e Cid Sampaio para dirigir a implantação da COPERBO (Companhia Pernambucana de Borracha Sintética), que iria utilizar, de forma inovadora, o excedente de álcool das usinas de açúcar da região.
A formação de técnicos e o desenvolvimento de tecnologias permitiram a implantação, já na década de 1980, da Companhia Álcoolquímica Nacional, sob sua orientação. De volta a São Paulo, retorna à COPEBRÁS e, a seguir, atua como consultor na SERETE Engenharia S.A. Em 1969, passa a trabalhar para a CIQUINE, petroquímica, na Bahia. Foi responsável, juntamente com Rômulo Almeida, pelo planejamento do Polo Petroquímico de Camaçari, tendo dirigido a implantação da POLIALDEN, uma das principais empresas do Polo.
A partir de 1976, dirigiu a sucursal norte-nordeste do Banco Econômico e fundou na fazenda Jaramataia, Taperoá, uma fábrica de queijos a partir de técnicas inovadoras para o Semiárido. Seu projeto para a destilaria Japungu, na Paraíba, se notabilizou pelo arrojo conceitual da unidade industrial e pelo aproveitamento integral dos subprodutos da cana, inclusive para a produção animal. Seu último desafio profissional foi a implantação da FACEPE, primeira agência estadual de fomento à pesquisa científica e tecnológica implantada após a Constituição de 1988, da qual foi o primeiro presidente, de 1989 a 1991.