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Manoel José Machado Soares Lemos

Área: Matemática

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Manoel José Machado Soares Lemos nasceu no dia 10 de março de 1961 em Gravatá, Pernambuco. Cursou o primário no Grupo Escolar Cônego Alexandre Cavalcanti em Bezerros. Fez o ginásio e o científico no Colégio Marista no Recife. Em 1980, ingressou na Universidade Federal de Pernambuco como estudante de Engenharia Elétrica. Após realizar uma transferência de curso, concluiu a graduação em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco em 1983.

Em 1984, também pela Universidade Federal de Pernambuco, finalizou o mestrado em Matemática, sendo orientado pelo professor Sóstenes Lins. Realizou o doutorado em Matemática na Universidade de Oxford tendo, como orientador, o professor Dominic Welsh. Ao finalizar o doutorado, em 1988, tornou-se professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Pernambuco. 

Durante toda sua vida acadêmica desenvolveu pesquisa em Combinatória, uma das áreas de maior crescimento da Matemática. Duas estruturas discretas são objeto de sua pesquisa: grafos e matroides. A noção de conectividade, que é invariante por dualidade, vem sendo fundamental na obtenção dos seus resultados, que podem ser estruturais ou extremais. A Conjectura de Cunningham é um dos problemas que vem abordando nas últimas três décadas: é possível reconstruir uma matroide conexa, a menos de dualidade, a partir de sua função conectividade. Mostrou que é sempre possível quando a matroide é binária ou quando seu posto é diferente do da sua dual.

Recentemente propôs uma nova operação, invariante por dualidade, que reduz em dois o número de elementos de uma matroide que possibilita construir exóticos contra-exemplos para esta conjectura. Outras questões também tiveram sua atenção. Obteve diversos resultados a respeito de matroides minimais com determinada propriedade, como por exemplo ter um menor fixo, e possuir certa conectividade.

No trabalho científico apresentado no concurso para professor titular, no qual foi aprovado em primeiro lugar, descreve uma sequencia de matroides, que mudam sutilmente, na classe de matroides livres de triângulos, similar a resultados de Seymour e Tutte. Outro resultado de destaque, que foi obtido em conjunto com Oxley, prevê um limite superior ótimo para o número de elementos de uma matroide conexa em termos da circunferência sua e de sua dual. Seus resultados originaram em torno de sessenta artigos científicos, alguns dos quais com pelo menos quarenta páginas.

Ao longo das últimas três décadas foi bolsista de produtividade do CNPq. Na Universidade Federal de Pernambuco foi eleito para ocupar diversos cargos administrativos como: Chefe do Departamento de Matemática e Diretor do Centro de Ciências Exatas e da Natureza. Em sua área de atuação, foi membro do Comitê Assessor do CNPq e do Comitê de Avaliação da CAPES. Em 2010, foi admitido na Classe de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Patrono

Leopoldo Nachbin

Leopoldo Nachbin nasceu em Recife, Pernambuco, no dia 7 de janeiro de 1922. Realizou o primário no Grupo Escolar João Barbalho. Fez o secundário no Ginásio Pernambucano. Nesta época despertou interesse pela Matemática. Aconselhado por professores, em 1939, decidiu aprofundar seus estudos no Rio de Janeiro. Ingressou na Escola Nacional de Engenharia. Como não era permitido a um estudante estar matriculado simultaneamente em duas instituições públicas, assistia, como ouvinte, às aulas de Matemática ministradas na Faculdade Nacional de Filosofia.  

Seu primeiro artigo foi publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências em 1941, quando tinha apenas 19 anos. No ano seguinte, além de publicar, na Itália, um artigo pioneiro sobre Espaços Vetoriais Topológicos, recebeu o prêmio Licínio Cardoso. Em 1943, concluiu o curso de Engenharia Civil, mas sua vocação era a docência. Em 1948, sua tese de livre-docente foi aprovada na Faculdade Nacional de Filosofia. (Nesta época, a livre-docência não tinha fins empregatícios, podendo ser considerada equivalente ao doutorado atual.) 

No biênio 1948-49, recebeu bolsa americana para realizar estágio de pós-doutorado na University of Chicago, onde manteve contato com matemáticos renomados, como Weil, Dieudonné, Stone e Schwartz. No início da década de cinquenta, foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas e também do Instituto de Matemática Pura e Aplicada.  Criou a teoria de Espaços Hewitt-Nachbin. Publicou, em 1950, um dos seus trabalhos mais importantes no Transactions of American Mathematics Society, sobre o teorema de Hahn-Banach para aplicações em espaços normados, que possui em torno de duas centenas de citações. 

Foi professor visitante em diversas universidades europeias e americanas. Em 1962, em Estocolmo, foi o primeiro brasileiro a ministrar conferência em um Congresso Internacional de Matemáticos. Recebeu, entre vários outros, o prêmio Bernardo Houssay de Matemática, concedido pela Organização dos Estados Americanos, em 1982. No exterior, teve quatro livros publicados por renomadas editoras. Em sua longa carreira científica, publicou quase uma centena de artigos. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 3 de abril de 1993, tendo 71 anos.