Cadeira 73 (Efetivo) - Membro da APC desde 2019

Patrícia Muniz Mendes Freire de Moura

Áreas: Biotecnologia

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Nascida em 21/12/1968 em Recife, PE. Iniciação Científica no Departamento de Biofísica e Radiobiologia da UFPE: investigando o “Efeito da radiação UV em Crithidia fasciculata (1988-1989); Formada em Biomedicina UFPE (1986-1990); Mestrado em Microbiologia, Estudo da proteína recombinante HSP70 de Leishmania para diagnóstico para calazar canino na UFRJ (1991-1994); Doutorado em Biotecnologia, Imunopatologia do Dengue e Leptospirose (a lectina ligante de manose – MBL, como marcador) UFPE (2001-2004); Pós-Doutorado em Epigenética da fibrose hepática por HCV, Marseille Universitè, França (2013-2014). Professora Associada da Universidade de Pernambuco (UPE) e Doutora em Ciências Biológicas na área Biotecnologia, sócia-fundadora da startup BEONE, coordenadora de Extensão e Cultura do Instituto de Ciências Biológicas (ICB-UPE). Investiga marcadores epigenéticos (microRNA) e polimorfismos genéticos associados com susceptibilidade e progressão de doenças como o câncer hepatocelular (HCC), infecção pelo Mycobacterium leprae e pelos vírus da hepatite C, HTLV, DENV e CHIKV. Procurou compreender o perfil celular de pacientes com diferentes desfechos clínicos como a mielopatia/paraparesia espastíca associada com HTLV (HAM-TSP) e na infecção pelo CHIKV e HCV. A relação de polimorfismos genéticos e alterações imune com distúrbios cognitivos e depressão em pacientes com infecções crônicas vem sendo um dos nossos recentes interesses de pesquisa. Investigamos a capacidade da lectina ligante de manose (MBL) mudar a elasticidade de hemácias normais e em pacientes com anemia falciforme. Investiga os efeitos da energia eletromagnética (espectro visível) em bactérias e na reparação e cura de feridas, tendo como foco o pé diabético. Na área de ensino/extensão coordeno dois projetos: o Entrelaçados (2009 até presente) que forma estudantes de Medicina para a arte do clown com ênfase nas intervenções em hospitais; e o Marco Zero que visa mapear a pesquisa em saúde e promover ações para incentivar os estudantes a se inserirem na pesquisa, assim como desenvolver canais para a divulgação científica para a sociedade. Ex-sócia e Co-fundadora da BIOGENE Ind. 1994-1995 (Desenvolvedora de kit para diagnóstico veterinário – Projeto baseado no protocolo da dissertação de Mestrado). Atuou profissionalmente em diversas instituições a seguir: Assistente de Pesquisa no Meharry Medical College, Nashville, TN, USA (1994-1995); Assistente de Pesquisa Aggeu Magalhães (Bolsa de Fixação de Pesquisadora 1995-1996); Professora Assistente do Dept. de Embriologia e Histologia UFPE (1996-1997) Professora Associada do Dept. De patologia UPE (1997- atual); Sócia-cotista da INSIDNA (incubada no NECTAR) – 2001 – Atualmente em fase de reestruturação. CV: http://lattes.cnpq.br/1323773765088594

Patrono

Oleg Vladimirovich Krasilnikov

Nascido em 14 de setembro de 1950 em Sulukta no Quirguistão (URSS). Filho de Vladimir Sergeyevich Krasilnikov, engenheiro de minas de carvão (Quirguistão: cidades Sulukta e Tash-Kumyr) e Ekatherina Yakovlevna Krasilnikova, economista. Na cidade de Sulukta, Oleg formou-se com honras no Colegial (1957-1967) ganhando uma medalha de prata.

Em 1967, ingressou na Faculdade de Biologia da Universidade Estadual de Tashkent (TashGU) – atual Universidade Nacional do Uzbequistão. Na Faculdade de Biologia recebeu uma especialização no Departamento de Biofísica. Formou-se em Ciências Biológicas com honras pela Universidade em 1973 e começou a trabalhar no Laboratório de Biofísica (chefe – Dr. B.A. Tashmukhamedov), no Instituto de Bioquímica vinculado à Academia de Ciências do Uzbequistão. Neste laboratório, continuou a estudar a viabilidade de vários toxinas na formação de canais iônicos em membrana lipídicas[1][2]. e logo defendeu a tese do PhD[3]. Em 1989 publicado seu livro[4] e defendida sua tese de doutorado[5], pela Universidade Estatal de Moscovo. Neste mesmo ano, Oleg Krasilnikov se tornou Chefe do Laboratório de Fisiologia Molecular no Instituto de Fisiologia e Biofísica da Academia de Ciências do Uzbequistão. O título de professor titular da Academia de Ciências do Uzbequistão foi recebido em 1993.

Em 1993, Oleg Krasilnikov veio ao Brasil a convite do professor Romildo de Albuquerque Nogueira, a fim de promover uma cooperação com grupo de pesquisa dele do Departamento de Biofísica e Radiobiologia (DBR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com a missão de desenvolver métodos experimentais de estudo de canais iônicos. A partir de 1993 Oleg passou a desenvolver atividades de pesquisa e ensino sendo bolsista da CAPES e CNPq e em 1998 assumiu o cargo de professor visitante. Já no Brasil Oleg passa a dominar a língua portuguesa e começando a ministrar aulas para estudantes de graduação e pós-graduação. Em 2002, já lecionava regularmente vários cursos de biofísica na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em 2002, foi aprovado em concurso público e passou a ser professor adjunto do DBR e Chefe do Laboratório de Biofísica das Membranas (LBM). Em 2011, foi nomeado professor titular da UFPE. Atuou por vários anos como membro da Sociedade Brasileira e Americana de Biofísica. Oleg orientou 11 teses de doutorado e 26 dissertações de mestrado na área de Biofísica. Sua lista de publicações inclui mais de 100 artigos em revistas, uma monografia (livro), duas patentes de invenções patenteados no Estados Unidos. Dezenas de alunos de iniciação científica participaram, sob sua orientação, de estudos biofísicos tanto no Uzbequistão tanto no Brasil.

Linhas de pesquisa

No Instituto de Bioquímica da Academia de Ciências do Usbequistão Oleg Krasilnikov começou a pesquisar a ação da α-hemolisina, proteína toxica sintetizada pela bactéria Staphylococcus aureus, na interação com células e bicamadas lipídicas (membranas artificiais) mostrando que a toxina se integra facilmente como na membrana celular, tanto na bicamada resultando na formação de canais iônicos. Este trabalho teve sua continuação junto ao Instituto de Fisiologia e Biofísica da Academia de Ciências do Uzbequistão. Essas descobertas levaram ao entendimento: 1) da existência de toxinas formadoras de poros em membranas; 2) papel de toxinas como fatores determinantes da alta virulência bacteriana; 3) de que a habilidade dessas toxinas em formar poros trans membranares determina o mecanismo de ação dessas toxinas e algumas antibióticos, incluindo Polimixina B, Gramicidina S. Os tipos de canais investigados foram expandidos significativamente e incluíram toxinas formadoras de poros do veneno da aranha Viúva-negra, Melittina da abelha, proteínas tóxicas de bactérias patogênicas, como as da Staphylococcus aureus, Bacillus cereus, Shigella, Pasteurella e outras. A estrutura do modelo do canal proteico da estafilotoxina, sugerida por Oleg Krasilnikov juntamente com colegas deste período[11] foi confirmada por outros autores por meio da análise de difração de raios-X da cristalografia da toxina cristalina.

No laboratório em Tashkent foi desenvolvido um método de estimação de diâmetro de canais iônicos incorporados em bicamadas lipídicas artificiais usando moléculas de polímeros (polietileno glicol – PEGs – com diâmetro e peso molecular conhecido) (Método de exclusão de polímero diferencial) (eng:Differential polymer exclusion method) que encontrou aplicação na prática biofísica de pesquisa. Foi mostrado que através de um canal de  estafilotoxina (α-hemolisina) são capazes de passar não só de íons, mas moléculas maiores de diversos pesos moleculares e diâmetros de polietileno glicol, por diâmetros dos quais pode ser empiricamente avaliar o diâmetro do canal. Para isso é necessário obter as seguintes medidas: a condutância elétrica do canal iônico inserido na membrana + de condutividade elétrica das soluções que banham o canal e a membrana na presença e ausência  de polietileno glicol (PEG) ou outros não-eletrólitos. Com esses parâmetros, foi estabelecida teoricamente e confirmada empiricamente uma fórmula para encontrar o fator de enchimento do canal com moléculas de PEGs (não-eletrólitos) e assim estimar o diâmetro do canal. No Brasil foram feitos pesquisas alem de de toxina do St. Aureus, toxinas, produzidos por E. Coli, V. Cholerae, B. Antracite, e ets.  Foi dada ênfase ao estudo α- toxina do Estafilococo – a sua capacidade dar a passar através dele o fluxo do moléculas dos polímeros e a reconhecer a molécula. Isso chamou atenção dos pesquisadores e foi colocado como base no construção do nano sequenciador do DNA.  

Foi mostrado a possibilidade de uso de diferentes moléculas de PEG nas duas extremidades do canal proteico, incorporado no bicamada, para a avaliação do diâmetro e da sua geometria interna dos poros. Proposto o método para aumento múltiplo de sensibilidade (resolução) do canal para reconhecer as moléculas através da aplicação de altas concentrações de sais (4M KCl e outros) de tampões banhantes a membrana. Graças a isso, um único nanoporo (canal), formado por α- estafilotoxina em bicamadas lipídicas pode servir de forma semelhante a espectrômetro da massa para moléculas de polímeros. A capacidade de resolução (reconhecimento) cresceu até 40 Da, o que pode ser usado como base da fabricação nano sequenciadores de DNA de nova geração. Em colaboração com o eletrofisiologistas  japoneses, o método de sensoriamento de polímeros foi aplicado para o estudo do canal CFTR. Atualmente o laboratório, onde Oleg trabalhou, leva o seu nome.