Cadeira 88 (Efetivo) - Membro da APC desde 2020

Francisco de Assis Tenório de Carvalho

Áreas: Computação

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Francisco de Assis Tenório de Carvalho nasceu em Garanhuns, Pernambuco, em 01/11/1958. Fez a sua formação fundamental no Colégio Diocesano de Garanhuns. Engenheiro Eletricista (UFPE 1980), Mestre em Ciências e Tecnologias Nucleares (UFPE 1984) e Doutor en Informatique des Organisations (Université Paris-IX Dauphine, 1992). Foi Professor Auxiliar da UNICAP (1984 a 1985), Professor Assistente e Adjunto do DFM da UFRPE (1986 a 1992) e Professor Adjunto do DE da UFPE (1993 a 1999). Atua como professor e pesquisador do CIn-UFPE desde 1999. É professor titular do CIn/UFPE desde 2011. Coordenou vários projetos de pesquisa financiados por agências de fomento nacionais. Atuou como membro do CA-CC do CNPq (07/2017 a 06/2020) e como membro da CDCT da FACEPE (08/2006 a 07/2009). Atua como consultor da FACEPE, CNPq, FAPESP e CAPES. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq desde 1993, atualmente Nível 1-A. Atua como árbitro de várias revistas internacionais em sua área de conhecimento. No CIn-UFPE, foi coordenador da pós-graduação (08/2005 a 08/2009) e atualmente é chefe do Departamento de Informação e Sistemas (desde 03/2014) e membro do Conselho Departamental. Na UFPE foi membro do Conselho Universitário (07/2005 a 08/2009), do CEPE (07/2005 a 08/2009) e das Câmaras de Pesquisa e Pós-Graduação (07/2005 a 08/2009). Formou 24 mestres e 10 doutores e publicou mais de 220 artigos em periódicos de alto impacto e conferências de reconhecida qualidade (h-index 32 no Google Acadêmico). Atuou como Professor Visitante em universidades estrangeiras de boa reputação acadêmica, tais como Université Paris-Dauphine, Seconda Universita degli Studi di Napoli, Sri Jayachamarajendra College of Engineering, Université Paris Descartes, e University of Campania Luigi Vanvitelli. Durante 22 anos atuou como pesquisador visitante junto ao INRIA, Paris-Rocquencourt. As suas contribuições científicas foram realizadas principalmente em aprendizado de máquina para dados complexos, descritos por variáveis multivaloradas que podem assumir como valor um conjunto de categorias, um intervalo, ou uma distribuição empírica. Foi o primeiro a trabalhar nessa área no Brasil. Nesta área propôs métodos originais de previsão, regressão, agrupamento de dados e visualização (mapas auto-organizáveis de Kohonen). Outras contribuições de destaque foram os trabalhos de agrupamento de dados relacionais multi-view e os trabalhos de agrupamento de dados baseado em funções de kernel com ponderação automática das variáveis. Colaborou ativamente para a consolidação da área de aprendizado de máquina no Brasil, servindo como membro de comitês de programa de eventos da área (SBIA, SBRN, BRACIS, ENIAC, KDMILE, CBSF). Foi membro titular da Comissão Especial de Redes Neurais, CERN (2008 a 2009) e da Comissão Especial de Inteligência Artificial, CEIA (2010 a 2014) da SBC (Sociedade Brasileira de Computação). Foi eleito membro do conselho da International Association for Statistical Computing – IASC (2009 a 2013). Foi membro do comitê executivo da Latin American Regional Section – LARS da IASC (2017 a 2020). Está na faixa de 2% dos cientistas mais influentes do mundo na área de Inteligência Artificial e Processamento de Imagens ao longo de toda a sua carreira e no ano de 2019 segundo estudo da Plos Biology (https://journals.plos.org/plosbiology/article?id=10.1371/journal.pbio.3000918).

Patrono

José Cardoso Morgado Júnior

José Morgado Cardoso Júnior nasceu em Alijó (Pegarinhos) na região do Douro, no Norte de Portugal, em 17 de fevereiro de 1921. Fez os seus estudos superiores na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, tendo-se licenciado em Ciências Matemáticas em 1944. Para poder efetuar os seus estudos superiores, deu aulas particulares e, a partir de 1942, iniciou a sua carreira docente, lecionando em colégios particulares. Em 16 de Julho de 1945, entrou como Assistente para o Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa. Foi militante ativo contra a ditadura de Salazar, o colonialismo de Portugal e as ameaças à paz mundial. Em 1947, a ditadura Salazarista desencadeou uma das maiores ofensivas contra as Universidades Portuguesas, afastando inúmeros professores por razões políticas, entre eles o professor José Morgado. Durante cerca de 13 anos ministrou aulas particulares a estudantes do ensino superior. Participou ativamente do  Movimento Nacional Democrático. Nessa época foi preso diversas vezes, por razões políticas. O trabalho científico “Reticulados (Vol. I – sistemas parcialmente ordenados)”, foi em grande parte desenvolvido na prisão. As perseguições do governo ditatorial de Salazar forçaram José Morgado, ao exílio. Em 1960, ele partiu para o Recife, onde se manteve durante cerca de 14 anos. Na UFPE, ele se juntou ao grupo de matemáticos portugueses exilados formado pelos professores Alfredo Pereira Gomes, Manuel A. Zaluar Nunes e Ruy Luís Gomes. Junto com os brasileiros Fernando Cardoso, Leopoldo Nachbin, e Roberto Ramalho, esses professores portugueses contribuíram para formar no Recife, o maior e o melhor centro matemático do Nordeste e um dos mais importantes da América Latina. Em 1967, Ruy Luís Gomes e José Morgado criaram o Curso de Mestrado em Matemática o qual possibilitou à UFPE, em 1970, ser classificada pelo CNPq como Centro de Excelência para este mestrado. A produção científica de José Morgado, durante esse período, foi primordialmente, em Teoria de Reticulados, Teoria de Números e Teoria de Grupos. Após a Revolução do 25 de Abril de 1974, José Morgado regressou a Portugal. Em 4 de outubro de 1974, ele foi reintegrado no lugar de Assistente do Instituto Superior de Agronomia, e em 7 de novembro, foi nomeado Professor Catedrático (Matemática Pura) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.  José Morgado foi Vice-Reitor da Universidade do Porto de novembro de 1974 a novembro de 1976. Após a aposentadoria, ele manteve a atividade docente por mais sete anos, lecionando Teoria Elementar de Números e Tópicos de Álgebra. Em relação à sua produção científica, nessa fase, ele se dedicou, primordialmente, à investigação em Teoria de Números, em Teoria de Grupos e em História da Matemática. O professor José Morgado faleceu em 8 de outubro de 2003, na cidade do Porto. Ele contribuiu decisivamente para a criação e a consolidação do Departamento de Matemática da UFPE como um centro de excelência em pesquisa e formação. Por ser um dos cientistas notáveis que atuaram no nosso Estado, o professor José Morgado tem o reconhecimento e a gratidão dos Pernambucanos.