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Maria José de Sena

Áreas: Veterinária

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Nasceu no engenho Cajabussú, zona rural da cidade do Cabo de Santo Agostinho, em 14 de abril de 1961. Filha de José Martins de Sena (In Memoriam) e Brasilina Maria da Conceição Sena. Graduou-se em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), no ano de 1988, em Medicina Veterinária e em Licenciatura em Ciências Agrícolas, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 1989. Ingressou como professora colaboradora na UFRPE em 1991. Por meio de concurso público federal, em 1993, tornou-se professora efetiva lotada no Departamento de Medicina Veterinária da UFRPE, na área de Medicina Veterinária Preventiva. Concluiu o doutorado na Área de Medicina Veterinária Preventiva e Epidemiologia na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no ano 2000. Assumiu a Coordenação do Curso de Medicina Veterinária, no período de 2000 a maio de 2004. Em maio de 2004 até maio de 2012, assumiu a Pró-Reitoria de Ensino de Graduação, período que coincidiu com o início da implantação do Programa de Expansão e Interiorização do Ensino Superior Federal do Governo Federal. Foi a responsável pela implantação dos projetos de ensino da expansão da Sede/Dois Irmãos/Recife e das Unidades Acadêmicas de Garanhuns e de Serra Talhada. Naquele período, contribuiu com o cenário nacional com discussões imprescindíveis, resultando na implantação do ENEM/SiSu. Fez parte do Comitê de Governança Nacional junto ao Ministério da Educação (MEC), ocasião em que se tornou presidente do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação e responsável pela coordenação-geral da Região Nordeste. Por duas vezes consecutivas, foi eleita Reitora da UFRPE. O seu primeiro mandato teve início em 2012, e o segundo, em 2016, permanecendo na Reitoria até 10 de maio de 2020. Ao longo, desses oito anos, recebeu diversas homenagens e premiações, recentemente, esse número aumentou, assegurando o reconhecimento e a gratidão de diversos órgãos municipal, estadual e federal. Entre as premiações estão: Prêmio Tacaruna Mulher; Orgulho de Pernambuco; Comenda da Polícia Militar de Pernambuco; Mulheres que Mudaram a história de Pernambuco; Mulher Evidência; Maior Comenda da Medicina Veterinária em Pernambuco-Professor José Wanderley Braga; Comenda nacional da Medicina Veterinária – Prêmio Professor Paulo Dacorso Filho, em 39 edições, foi a primeira mulher no País, a ser condecorada com a principal honraria destinada aos profissionais da área. Em 2018, recebeu a principal comenda do Estado Brasileiro para a Educação, a Ordem Nacional do Mérito Educativo. Recebeu os Títulos de Cidadã de Serra Talhada, Moreno, Recife, São Lourenço da Mata e Carpina, concedidos por suas respectivas Câmaras de Vereadores Municipais. Em 2020, recebeu o Prêmio Competência Profissional, que teve o objetivo de promover o reconhecimento e a valorização do protagonismo feminino no Estado de Pernambuco.

Patrono

Dom Bento José Pickel

D. Bento José Pickel nasceu em Markelsheim, sul da Alemanha, em 28 de julho de 1890, filho de Luiz Pickel e Margarida Schieser. Cursou o primário em sua cidade natal e o ginásio na cidade vizinha de Mergentheim. Emigrou para o Brasil em 14 de novembro de 1908, desembarcando no Recife aos 18 anos de idade. Iniciou sua profissão religiosa no Mosteiro de Olinda, em 15 de janeiro de 1910, onde cursou Filosofia e Teologia, concluindo os seus estudos em Roma, no ano de 1913. Retornou à Olinda onde recebeu a sua ordenação sacerdotal em 02 de fevereiro de 1915, com 25 anos incompletos. Naturalizou-se cidadão brasileiro em 17 de fevereiro de 1941.Pickel participou desde o início da fundação e organização da “Escola Agrícola e Veterinária do Mosteiro de São Bento de Olinda”, núcleo inicial que originou a atual Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), fundada em 03 de novembro de 1912, pelo Abade D. Pedro Roeser (1870–1955). Pickel foi um dos presentes na sessão inaugural da Congregação da Escola. Atuou na docência nos cursos de Agronomia e Veterinária, como professor de Francês, Inglês, História, Botânica, Anatomia e Fisiologia das Plantas, Botânica Morfológica e Especial, Agricultura Especial, Pomi-Horti-Silvicultura, Fitopatologia, Bacteriologia, Histologia, Botânica Médica e Entomologia Agrícola. Nos anos de 1916 e 1917, foi designado como vice-diretor da Escola de Agricultura e em 1922, diretor da Escola Superior de Medicina Veterinária. Em 07 de janeiro de 1917, foi realizada a transferência do curso de Agricultura para o Engenho São Bento, na Estação de Tapera, município de São Lourenço da Mata (atual Estação Ecológica do Tapacurá). Nessa localidade, Pickel realizou um intenso programa de coletas sistemáticas de plantas e insetos com o objetivo de organizar coleções didáticas relacionadas com as suas disciplinas, que, mais tarde, vieram a se constituir num importante herbário. Durante o ano de 1937, em plena ditadura do Estado Novo, ocorreu a desapropriação da Escola Superior de Agricultura “São Bento” pelo Governo Estadual de Pernambuco e com isso o afastamento de D. Bento Pickel e outros professores. Amargurado, Pickel transferiu-se então para São Paulo iniciando intenso estudo sobre os trabalhos botânicos de Piso e Marcgrave, realizados no Nordeste do Brasil no início do século XVII. Em 1949, lançou trabalho intitulado: “Piso e Marcgrave na Botânica Brasileira”. Foi agraciado com as medalhas do Cinquentenário do Instituto Oswaldo Cruz; do V Congresso Internacional de Microbiologia; da Campanha de Educação Florestal e do Departamento de Inválidos D. Pedro II. Durante o ano de 1958, fez a sua última visita a Pernambuco e a Universidade Rural, instituição da qual foi um dos fundadores e professor durante 25 anos. Em 1962, seus antigos alunos prestaram-lhe uma homenagem, agraciando-o com o título de “Professor Benemérito e Emérito” da Universidade Rural de Pernambuco. Pickel publicou mais de 130 trabalhos científicos, entre os anos de 1918 e 1963. Existem em torno de doze espécies vegetais e igual número de insetos que receberam o epíteto científico pickeli em sua homenagem. No Serviço Florestal do Estado de São Paulo, Pickel organizou um herbário com 5.468 números, tendo descrito seis novas espécies vegetais. Pickel veio a falecer na madrugada do dia 04 de abril de 1963, em São Paulo e foi sepultado no passeio do claustro do tradicional Mosteiro do Largo de São Bento, cercado pelas plantas que tanto amou. A sua trajetória respeitável, sua forma singular de enxergar a vida, a sua contribuição para a sociedade e o seu amor pela natureza asseguram-lhe, que o seu nome está imortalizado, tornando-se um pesquisador admirável.