- Academia Pernambucana de Ciências
- Informes APC/SBPC-PE
- Informe APC/SBPC-PE #1
- SOBERANIA, DEMOCRACIA, SOLIDARIEDADE, SUSTENTABILIDADE
Leonardo Sampaio(APC, ex-cadeira #3)
Soberania pressupõe independência.
Independência requer democracia.
Não há democracia sem solidariedade.
Governo do povo, para o povo e pelo povo. Com reconhecimento participativo das distintas individualidades pessoais, comunitárias e locais, para exercício do usufruto dessas diferenciadas disponibilidades, potencialidades, necessidades, anseios, demandas e competências.
De forma sustentável para que os envolvimentos sejam cada vez maiores e geradores de progresso pela valorização das diferenças e partição mais igualitária dos seus frutos.
Assim, só somos soberanos se aprendemos a cultuar nossos valores. Construídos à partir dos legados familiares e históricos comunitários locais, de desenvolvimento tecnológico no uso de ferramentas administrativas-sociais-econômicas.
Ferramental administrativo disponível para diagnósticos participativos de riquezas humanas, materiais e financeiras, disponibilidades, potencialidades, capacidades de mobilização e comprometimento comunitários.
Com a consequente transformação destes diagnósticos em planos, programas, projetos, objetivos, metas e ações, elaborados participativamente e comunitariamente acompanhados, fiscalizados, controlados, supervisionados, avaliados quanto a seus produtos, efeitos e impactos.
E, devidamente ajustados, ao longo do trabalho de implementação, para garantia do alcance e continuidade dos seus resultados.
Sendo a necessidade mais básica para o deslanche do processo, tanto a curto como médio e longo prazos, a colocação da escola como centro do progresso comunitário local sustentável.
Com a efetivação do ensino-aprendizado por competências, como preconizado pela legislação educacional brasileira, e atestada a sua essencialidade, por todos os países que a tem posto em prática.
O grande óbice brasileiro é que as práticas não condizem com as prédicas, ou seja, as leis não são cumpridas e não são postas em prática, em âmbito nacional, por falta de interesse político-partidário na mobilização comunitária para superação das, cada vez mais crescentes, desigualdades de renda, emprego e educacionais.
Marginalização do povo brasileiro pela apropriação das riquezas nacionais por grupos apátridas, sistemas comunicacionais escamoteadores do reconhecimento do rico legado histórico do processo formativo e cultural das várias e diversas regiões nacionais.
E, educação cada vez mais vassala de senhores praticantes de técnicas colonialistas aprisionadoras de mentes e corações, manietados por baixíssimos salários no ensino fundamental, desencorajadores de formação de professores competentes e capacitados para o exercício de ensino voltado para a prática de soberania, democracia participativa e sustentabilidade do progresso comunitário – com o engajamento das várias instâncias e poderes legislativos, executivos e judiciários com as escolas em nível local.
Afinal, só há progresso se as novas gerações forem mais competentes no administrar dos nossos legados. Dos mais importantes, a vivência educativa que herdarem na experiência compartilhada e participada de exercício de Soberania, Democracia, Solidariedade na promoção sustentável destas práticas.
*Leonardo Valadares de Sá Barretto Sampaio, Decano do Ensino de Administração no Nordeste e Norte do Brasil, membro do CTP-Conselho Técnico Permanente do CREA e Acadêmico Emérito da APC