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TRÊS MEMBROS DA APC ENTRAM PARA A ACADEMIA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS

Os acadêmicos Gauss Moutinho Cordeiro (UFPE), Alfredo Mayall Simas(UFPE) e Augusto Cezar Alves Sampaio (UFPE) são os novos membros titulares da Academia Brasileira de Ciências. Os pesquisadores foram apresentados na noite de 8 de maio, na Sessão Solene da Academia Brasileira de Ciências, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológica (CNPq) e Marinha do Brasil que ocorreu na Escola Naval, no Rio de Janeiro. O evento também teve o apoio da Fundação Conrado Wessel (FCW).

Gauss Moutinho Cordeiro (Ciências Matemáticas)
Doutor em Estatística pelo Imperial College London (Reino Unido), onde também realizou pós-doutorado, é atualmente professor titular na Universidade Federal de Pernambuco. Suas pesquisas estão centradas na área de Probabilidade e Estatística, com ênfase em Inferência Paramétrica, abordando principalmente os seguintes temas: distribuições de probabilidade e teoria assintótica.

Augusto Cezar Alves Sampaio (Ciências da Engenharia)
Doutor em Engenharia de Software, com pós-doutorado na Universidade de Oxford, realizou também um pós-doutorado na Universidade de York, na Inglaterra. É professor titular da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Sua principal área de interesse é Engenharia de Software, com ênfase em Métodos Formais. Tem contribuído para a semântica, refinamento e transformação de especificações, modelos e programas concorrentes e orientados a objetos; técnicas composicionais de verificação de modelos (model checking); integração entre métodos formais e semiformais (como UML e SysML); modelos de componentes e na geração automática de testes a partir de modelos.

Alfredo Mayall Simas (Ciências Químicas)
É professor titular da Universidade Federal de Pernambuco. Doutor pela Universidade de Queens, em Kingston, no Canadá, onde também realizou pós-doutorado. Suas pesquisas têm ênfase em Química Teórica, atuando principalmente em química quântica computacional e arquitetura molecular. Dedica-se ao projeto de moléculas para o uso de óptica não linear, com destaque para a aplicação e desenvolvimento de modelos semi-empíricos, como o modelo Sparkle voltado para o cálculo de complexos de lantanídeos.

A cerimônia começou pela Imposição da Medalha Naval de Serviços Distintos. A comenda destina-se a premiar civis e militares, brasileiros e estrangeiros, que prestaram à Marinha serviços meritórios, bem como distinguir aqueles que, por suas qualidades ou valor, foram julgados merecê-la. O Comandante da Marinha, Almirante Olsen, entregou a medalha ao vice-almirante e engenheiro Othon Luiz Pinheiro da Silva.

Engenheiro naval e nuclear formado pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, sigla em inglês), a carreira de Othon Pinheiro é marcada por uma forte defesa do setor nuclear na matriz energética brasileira e colaborações valiosas no estabelecimento de uma política nuclear. Ele teve um papel crucial no desenvolvimento da tecnologia nuclear brasileira, desde coordenar projetos de construção naval até liderar inovações em propulsão e ciclo de combustível nuclear. Trabalhou, sobretudo, na independência tecnológica do Brasil no setor nuclear, inclusive através da construção do primeiro reator nuclear projetado no país e o avanço no enriquecimento de urânio usando tecnologia nacional. Além disso, como presidente da Eletronuclear, Pinheiro teve um impacto positivo na performance da central de Angra e apoiou a retomada da construção de Angra 3.

Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia 2025
O prêmio consiste na mais importante honraria em ciência e tecnologia do país, um reconhecimento e estímulo a pesquisadores e cientistas brasileiros que prestam relevante contribuição à ciência e à tecnologia do país. Contempla, alternadamente, uma grande área do conhecimento por ano, sendo a área das Ciências Exatas, da Terra e Engenharias a do ano de 2025.

A premiação consiste em diploma e medalha concedidos pelo CNPq, MCTI e Marinha do Brasil, premiação em espécie concedida pelo CNPq, uma viagem ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo e uma viagem Não foi Viagem ao Centro Industrial Nuclear de ARAMAR e uma viagem em um navio da esperança, oferecidas pela Marinha do Brasil.

O agraciado desta edição foi o Acadêmico Antonio José Roque da Silva. Professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), José Roque, como é conhecido, é também bolsista 1A de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Atua na área da física da matéria condensada e física atômica e molecular, sendo o coordenador do projeto Sirius – um dos mais modernos aceleradores de partículas do mundo com fonte de luz síncrotron. Agora coordena também o projeto Orion, que será um complexo laboratorial dedicado à pesquisa de patógenos, com instalações de nível de biossegurança 3 e 4 projetadas para conter agentes biológicos de alto risco, exigindo medidas robustas de segurança.

José Roque também recebeu o Farol do Conhecimento, tradicional honraria da Marinha do Brasil, que representa a luz que emana o conhecimento.